People,
fica a 1ª foto do 1º dia, à partida. Acho que a expressão vale mais que mil palavras...
o dia amanheceu bastante fresco (um frio do catano!) e com nuvens muito carregadas no horizonte, a promessa de chuva era quase uma certeza!
Esta 1ª etapa (para nós, porque o grupo já vinha de Bragança!) estava prevista ter 86 kms e um total de acumulado de subidas de 1819m. Além disso, iria ser uma estreia à VACAS porque esta é uma das duas etapas da travessia classificada com sendo de
dificuldade ALTA.A etapa unia Alfaiates, uma pequena localidade no concelho do Sabugal, distrito da Guarda às (re)conhecidas Termas de Monfortinho, onde iríamos pernoitar (e pernoitámos que nem uns anjos!)
A partida teve lugar às 8h30, dada na primeira pessoa pelo mentor (
ex-aequo com a Berta Malvar) o António Malvar, no largo da residencial Pelicano - bom alojamento, espartano e asseado. Esteve tudo muito bem servido, desde o jantar do dia anterior, até ao pequeno-almoço antes da partida.
Os primeiros 12 kms marcaram a subida à Serra do Homem de Pedra, com uma elevação máxima registada de 1131m. Descida até Foios e novamente subida até ao Geodésico da Ladeira Grande. Subimos e descemos a Serra da Malcata, por trilhos há muito esquecidos por todos... A chuva intensa, o nevoeiro e o frio foram os nossos companheiros mais presentes durante todo o trajecto.
É indescritível a ausência de ruído no cimo da serra... até onde a vista alcança não se vislumbra vivalma. "Estamos num dos locais mais ermos e isolados do país", lembrava-nos o António Malvar. Isso era garantido, o GPS não registava qualquer localidade a muitos kms de distância. Estava dado o mote para este 1º dia!
Para quem não está dentro do conceito desta travessia, fica o esclarecimento: a totalidade (ou quase, como relataremos mais adiante) do percurso que compõe os 1088 kms é guiadfa por GPS. Cada participante percorre a distância das etapas à velocidade que pretender (e conseguir). Este evento não tem qualquer cariz competitivo e destina-se a levar-nos por "mares nunca dantes navegados" - esta é a minha versão da coisa!
Nessa manhã, o grupo de companheiros do pedal ainda estava a sentir o pulso da Vacaria... convenhamos que 3 sujeitos (2 machos e uma fêmea, bem gira por sinal!) trajados a rigor com a jersey da manada irromperem pelo
petit-dejeuner de um grupo que já vinha de Bragança, pode não ser fácil de digerir logo de manhãzinha... rapidamente, com o nosso jeitinho meigo e simpatia q.m.m. (quanto mais melhor) nos enturmámos.
Este grupo tem gente para todos os gostos: novos, mais experientes (um abraço forte ao Gabriel, 66 anos e já umas quantas travessias de Portugal em BTT nas canetas; um exemplo a seguir. Espero que consiga chegar a Sagres, meu amigo!) homens, mulheres, portugueses, estrangeiros, BTTistas, pessoal a viajar em
tandem,
you name it! Mas todos partilham a sua paixão pela bicicleta fora de estrada, a oportunidade de chegar a sítios praticamente inacessíveis e o convívio descontraído em cima da bicicleta!
(na foto, Martin & Shelley Criminale dos USA. Ele já tinha participado na TransPortugal e desta vez veio com ela. Juntos, a viagem toda! Brutal o ritmo destes 2, acreditem!)
As 3 preocupações para estes dias eram: pedalar, comer e dormir! Todas concretizadas e ninguém ficou para trás!!!!
O dia terminou com a última travessia do Rio Erges, já bem conhecido de pelo menos 2 de nós. Desta vez, à semelhança do que tínhamos pedalado na Maratona Internacional de Idanha-a-Nova, percorremos largas dezenas de kms ao longo do Erges - que divide Portugal e Espanha, na zona da Beira.
(Vídeo da travessia a vau, com água pelos... calções, dentro em breve)
Os dados deste dia, registados pelo meu Garmin 60CSx foram:
- Odometro de viagem: 85,5 km
- Velocid. máxima: 55,9 km/h
- Tempo de deslocação: 7h14m
- Deslocação média: 11,8 km/h
- Tempo parado: 1h01m
Por hoje é tudo. Amanhã há mais.
Abraços,
Vuck Roger
Etiquetas: 12ª Travessia de Portugal em BTT